27 September 2008

MAIS FOOD FOR THOUGHT ACERCA
DA CONSPIRAÇÃO - "MAGALHÃES"




"This week, the government of Portugal began distributing the first of its 500,000 homegrown laptops based on the Intel Classmate PC, itself a rival low-cost laptop to the One Laptop per Child project. Each laptop won't get anywhere close to OLPC's previous promise of $100, but rather will cost 285 euros ($418) each.

Now, while I'm generally against the entire premise of One Laptop per Child and large-scale government programs to bring computers and Internet access to countries that have larger priorities, I'm also against this idea of throwing laptops at kids in the global North as well -- but for a different reason.

Since 2002, Maine has had one of the most ambitious laptop programs in the country, giving all of its seventh- and eighth-grade students and teachers a laptop. While initially there wasn't much improvement, a study from last year concluded that after five years of use, Maine students' writing abilities and test scores improved. However, here's my problem with these results: Yes, laptops may help kids' writing scores improve, but there's scant evidence that shows a significant improvement overall. Further, much of the time, the real difference is made not because of the magic seed of computers but, rather, because the computers are accompanied by better teachers and better teaching methods.

(...)



Even Steve Jobs agrees, and as he said in an interview with Wired in 1996:

'I used to think that technology could help education. I've probably spearheaded giving away more computer equipment to schools than anybody else on the planet. But I've had to come to the inevitable conclusion that the problem is not one that technology can hope to solve. What's wrong with education cannot be fixed with technology. No amount of technology will make a dent.

Lincoln did not have a Web site at the log cabin where his parents home-schooled him, and he turned out pretty interesting. Historical precedent shows that we can turn out amazing human beings without technology. Precedent also shows that we can turn out very uninteresting human beings with technology'.
" (o texto completo aqui)

(2008)

9 comments:

Anonymous said...

A questão é que quando aparece uma inovação tecnológica não há nada a fazer, absorve tudo.

Pensar que uma inovação tecnológica por si mesma vai resolver os problemas é próprio da mentalidade "progressista" deste governo.

Não há progresso nenhum.

João Lisboa said...

Exacto.

Cristina Gomes da Silva said...

Talvez fosse de atentar no que ele escreve http://daliteratura.blogspot.com/2008/09/o-magalhes.html

Anonymous said...

«O clamor da oposição é directamente proporcional à mudança de paradigma. Portugal não se resume aos meninos da alta classe média cujos papás podem pagar tecnologia de ponta. Porque os da média-média têm sérias dificuldades. E os outros simplesmente não podem (nunca puderam).»

Concordo inteiramente. Como eu disse, quando aparece algo novo na tecnologia não há nada a fazer. Se um dia aparecerem salas de aula virtuais, por exemplo, acho bem que sejam democratizadas. Mas mantenho: o progresso é nulo.

Anonymous said...

Mas o Pitta tem razão: um menino pobre a ler Kant é pior estudante que um menino do papá a jogar tetris na tecnologia de ponta.

Anonymous said...

O verdadeiro progresso seria arrasar todas as escolas e fazer jardins de Epicuro :)

João Lisboa said...

Atentemos, então:

"Vinda de onde vem — políticos com sensibilidade às novas tecnologias, jornalistas, bloggers da direita, etc.;"

Porquê, necessariamente, "de direita"? Só pode ser por um gigantesco leap of faith que nos faria crer que o PS é "de esquerda". Truque tosco.

"A introdução do Magalhães na rede de ensino é uma medida de indiscutível alcance? É evidente que sim."

Teimar, teimar, teimar, contra estudos e avaliações de experiências já realizadas. Um "é evidente que sim" resolve tudo.

"Saber se o computador é 100% português (e já agora gostava que me indicassem um computador 100% americano, japonês, inglês, coreano, alemão, indiano ou chinês) ou resultado de parcerias, não lhe retira eficácia"

Exacto. Por isso, foi completamente pacóvia a gabarolice inicial (entretanto, metida na gaveta de fininho) do "1º computador português".

"O PSD teria feito exactamente o mesmo se, sendo governo, os seus ideólogos tivessem força (não teriam) para impor a distribuição de computadores nos termos actuais."

Nas tintas para os ideólogos, não sou membro da seita. Mas, se fosse o PSD, levava exactamente na mesma medida.

"O clamor da oposição é directamente proporcional à mudança de paradigma"

Da próxima vez que ouvir falar de "mudança de paradigma" - e de "massa crítica" e de "implementação" - não respondo por mim.

"Portugal não se resume aos meninos da alta classe média cujos papás podem pagar tecnologia de ponta. (...) O resto é cantiga"

Faço minhas as palavras dos comentários anteriores do Manuel. E acrescento: o "Magalhães" é apenas um episódio - e nem sequer o mais importante - num caminho absolutamente aterrador de conversão das escolas no maior factor de agravamento da discriminação social. Começou com a reforma-Carneiro, seguia para a formação de professores nas ESEs e Piagets, passou pela imposição como dogma das "ciências" da educação e há-de ser coroado em glória com o "sucesso a 100%". Nada disto merece atenuante nem desculpa.

Ana Cristina Leonardo said...

Da próxima vez que ouvir falar de "mudança de paradigma" - e de "massa crítica" e de "implementação" - não respondo por mim.


"Magalhães" é apenas um episódio -e nem sequer o mais importante - num caminho absolutamente aterrador de conversão das escolas no maior factor de agravamento da discriminação social.

Faço minhas as tuas palavras, oh João!

João Lisboa said...

"Faço minhas as tuas palavras, oh João!"

Mas será que é preciso ser um génio da mecânica quântica (ok, ok...) para perceber isso?...