28 March 2009

SÓCRATES & SMITH & SWIFT & ARBUTHNOT



"'É corrupto'. É desta forma que Charles Smith fala de José Sócrates no DVD que é fundamental para a investigação do processo Freeport em Inglaterra. A TVI revelou, no Jornal Nacional desta sexta-feira, o som de uma conversa de 20 minutos em que é mencionado o nome do primeiro-ministro. A reunião juntou três pessoas: Charles Smith, já arguido em Portugal, João Cabral, ex-funcionário da Smith e Pedro, e Alan Perkins, administrador do Freeport, que sem conhecimento dos outros intervenientes no encontro, fez a gravação". (TVI)

Algumas considerações sobre a Arte da Mentira Política (atribuídas a Jonathan Swift mas, na realidade, da autoria de John Arbuthnot) onde se teoriza sobre o que é legítimo chegar ao conhecimento do povo e são dadas as primeiras instruções acerca do papel das "agências de comunicação e imagem":


John Arbuthnot

"Tenha-se pois em conta o povo dever esperar dos vizinhos que lhe digam a verdade em seus assuntos particulares; que cada qual também tem direito à verdade económica, podendo pois exigir que os parentes lhe contem a verdade para não ser enganado pela mulher, pelos filhos ou pelos criados; mas que à verdade política não tem ele direito algum, não tendo o povo direito a que lhe digam a verdade em matéria de governo, tal como não tem direito a possuir grandes fortunas, terras ou casas senhoriais. (...) O capítulo oitavo contém um projecto, o de reunir numa só corporação várias pequenas sociedades de embusteiros (...) O que nele há mais digno de nota é a prescrição de esta sociedade ser composta pelos chefes de cada partido; de nenhuma mentira ser posta a circular sem sua aprovação, por serem eles os melhores capacitados para avaliar aquilo que nas diferentes conjunturas mais interessa e para decidir que género e espécie de mentira convém utilizar numa e noutra ocasião; (...) que além das pessoas atrás mencionadas, a dita sociedade deve ser constituída por génios mui promissores que se possam seleccionar na urbe em grande número, especialmente nas tavernas. (...) A este género de pessoas caberá pôr a circular o que os outros forjarem e inventarem; pois não há quem recite e espalhe uma mentira com melhor vontade do que aquele que nela crê". (Arte da Mentira Política, John Arbuthnot, 1733)

(2009)

1 comment:

Anonymous said...

Preocupante não é a mentira. Preocupante é ter que ler o que disseram centenas de séculos atrás.
No século XXI?
Passar de Tempos. Aflitos continuamos.
Enganamos sempre a nós mesmos.