18 April 2009

NINGUÉM PÁRA PORTUGAL!


É um verdadeiro soma-e-segue: depois de assegurar o lugar de Bo, como Primeiro-Cão na Casa Branca, agora, é a vez do papel higiénico nacional tomar conta das latrinas do Louvre:

'um novo conceito de casa de banho em espaço público', segundo explica a Renova em comunicado, adiantando que a marca portuguesa foi convidada a associar-se ao projecto POINT WC no Carrousel du Louvre. O conceito POINT WC assenta numa 'boutique especializada em objectos de design para casa de banho que disponibiliza um serviço único com cabines assistidas individualmente após cada utilização', esclarece a marca, adiantando que o projecto já existia nos Champs-Elysées, e já contava com a presença da marca. A presença da Renova neste espaço é marcada através de 'uma instalação com rolos de papel higiénico de todas as cores da gama mais internacional da marca', explica. Segundo considera a marca 'este é mais um capítulo no percurso ímpar da Renova, que conseguiu reinventar um produto de uso corrente transformando-o num verdadeiro ícone'". (aqui)

(2009)

7 comments:

Anonymous said...

"-Eu, respondeu Gargântua, por longa e curiosa experiência, inventei um meio de me limpar o cu, o mais senhorial, o mais excelente, o mais expediente que jamais foi visto. -Qual? disse Grandgousier. -Vou contar como foi, disse Gargântua. Limpei-me uma vez com uma meia máscara de veludo de uma moça, e achei bom, pois a maciez de sua seda me causou uma voluptuosidade bem grande no traseiro. Uma outra vez com um véu, e foi a mesma coisa. (...) Com um gorro de pajem, bem emplumado à suíça. Depois, andando atrás de uma moita, encontrei uma marta e me limpei com ela, mas as suas unhas me feriram todo o períneo. Logo que me curei, no dia seguinte, limpei-me com as luvas de minha mãe, bem perfumadas de benjoim. Depois me limpei com feno, aneto, manjerona, rosas, folhas de abóbora, de couve, de beterraba, de parreira, de alface e de espinafre. (...) Depois, limpei-me com os lençóis, as cobertas, a cortina, uma almofada, um tapete, um outro tapete verde, uma toalha de mesa, um guardanapo, um lenço e um penhoar. Em tudo achei prazer, mais do que em coçar uma sarna. (...) Limpei-me com feno, palha, crina, lã, papel, mas 'sempre os culhões arranha, com certeza/ quem com papel do cu faz a limpeza'. (...) Depois, disse Gargântua, eu me limpei com um gorro, um chinelo, uma bolsa, um cesto, mas que limpa-cu desagradável! Depois com um chapéu. Mas vê que os chapéus são uns lisos, outros peludos, outros aveludados, outros de tafetá, outros de cetim. O melhor de todos é o peludo, pois faz boa absorção da matéria fecal. Depois, eu me limpei com uma galinha, um galo, um frango, um couro de boi, uma lebre, um pombo, um alcatraz, uma pasta de advogado, uma touca.

Mas, concluindo, digo e sustento que não há limpa-cu igual a um ganso novinho, bem emplumado, contanto que se mantenha a cabeça dele entre as pernas. E pode acreditar, palavra de honra. Pois a gente sente no olho do cu uma volúpia mirífica, tanto pela maciez das penas como pelo calor temperado do ganso, a qual é facilmente comunicada ao cano de cagação e a outros intestinos, até chegar à região do coração e do cérebro. E não penses que a beatitude dos heróis e semideuses, que estão nos Campos Elísios, esteja no abrótano, na ambrosia ou no néctar, como dizem estas velhas. Está, segundo penso, em limparem o cu com um ganso novo. Esta é a opinião de Mestre Jehan da Escócia."

Anonymous said...

Tem aí uma gralha numa palavra sensível. Enfim, fiz copy paste e só vi depois...

João Lisboa said...

LOOOOOOL!

Mas espero que tenhas alcançado a dimensão do arco simbólico entre o Bo e a Renova: se os relvados da Casa Branca passam a ostentar os cocós do Bo, em Paris, é um papel higiénico luso que acaricia os suaves rabos franceses.

João Lisboa said...

"gralha"

Eu reparei. Aquele "u".

Táxi Pluvioso said...

Muito progredimos desde as velhinhas folhas de couve. Portugal é sempre a friportar e ninguém nos apanhará.

Ana Cristina Leonardo said...

as coisas que eu poderia contar sobre a renova...

João Lisboa said...

Conta, conta!