31 July 2010

OH FELICIDADE!... MAIS UMA "EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA"
A SER REALIZADA COM MILHARES DE JOVENS RATINHOS DE
LABORATÓRIO PRONTOS A ENTRAR PARA O LABIRINTO...



... ora vamos lá "focalizar"...

... mas preservando as boas velhas tradições: "A divulgação das versões finais das metas de aprendizagem para cada disciplina ou área curricular poderá ocorrer já após o arranque das aulas (...) Poderá haver professores que só começarão a adoptá-las em Janeiro, outros antes. Como também poderá haver professores que as utilizarão numa disciplina, mas não noutra”.

Sim, calma, que ninguém entre em pânico! A nossa Enid Blyton amestrada de Boston assegura que não quer "impor o programa a ninguém" (...) e tudo "estará sempre dependente da vontade dos professores para aplicar o programa". Afinal, ela só quer é "focalizar".

edit (tarde e a más horas): na entrevista de hoje ao "Expresso", a proposta de acabar com as reprovações é o menos relevante (o caminho das pedrinhas que aí, inevitavelmente, conduzirá está a ser calcorreado há anos); importante mesmo é que a Alçada reincide, por duas vezes (ou três, não estou certo de ter contado bem), no "focalizar".

Eu vi o futuro e ele é uma foca.


(2010)

30 July 2010

29 July 2010

MILES DAVIS & GIL EVANS - "BLUES FOR PABLO"



(2010)
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (LV)

Pedrito de Portugal



"DN - Não conseguiria ser toureiro sem matar o touro?

O pensador Pedrito - Poderia ser toureiro, mas não matador de touros. Assim como um cirurgião só o é porque faz cirurgias, senão seria só médico. A sua realização profissional está condicionada ao uso do bisturi". (O pensador Pedrito reagindo à proibição das touradas pelo parlamento da Catalunha)

(2010)
VIVA A CATALUNHA! VIVA A UNIÃO IBÉRICA!



"Catalonia has made history today: the Catalonian Parliament has voted to approve the amendment of the current animal protection legislation and therefore ban bullfighting within the region. The ban will come into effect on January 1st, 2012. Bulls will no longer suffer a slow, painful and terrifying death in Catalonia’s bullrings". (notícia integral aqui)

(2010)
KIND OF BLUE

Yves Klein - Anthropométries












(2010)

27 July 2010

JÁ DEVIA A RICHARD DAWKINS TER-ME CONVERTIDO À CHURCH OF THE FLYING SPAGHETTI MONSTER...



... agora, fico-lhe em dívida também por me ter revelado a existência de um dos mais maravilhosos repositórios de disparates: a Conservapedia.

Só um aperitivo: Liberal Style.

(2019)
UM ANO DEPOIS, É, FINALMENTE, PUBLICADO
E NÂO MELHOROU MUITO COM O TEMPO




Há um ano.

(2010)
O PODER LOCAL DA "ESQUERDA DE CONFIANÇA"
É, DE FACTO, COMPLETAMENTE DIFERENTE



José Alberto Reis declara o seu amor à esquerda de confiança

Festas do Foral dos Toiros e do Fandango em Salvaterra de Magos, com Ana Free, "um nome conhecido e reconhecido internacionalmente" e "o sobejamente conhecido artista, José Alberto Reis", que será "incumbido de encerrar as festas". (do site da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, único município do Bloco de Esquerda, através daqui)

(2010)

25 July 2010

A FAMÍLIA. O CLUBE. A EMPRESA. O PARTIDO. A IGREJA. A PÁTRIA. APENAS E SEMPRE O PIOR DO SAPIENS SAPIENS: A TRIBO



Oitocentos anos depois e Rumi continua a falar sozinho: "Only the holder the flag fits into and wind. No flag".

(2010)
NÃO VALE MESMO A PENA ABRIR-LHE HORIZONTES
PORQUE ELE TRATA DE OS FECHAR LOGO A SEGUIR




Um livro imprescindível: A Minha Concepção do Mundo, de Bertrand Russell. (...) Ajudou-me a abrir horizontes".

Um livro que o marcou: O Despertar dos Mágicos * , de Louis Pauwels e Jacques Bergier. (Pedro Passos Coelho, "Única"/"Expresso", 24.07.10)

* aliás, uma colecção de "largely silly speculations"

(2010)
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (LIV)

António Mexia



"Eu gosto de liderança. Gosto dos números 1, 2 e 3. Não gosto dos outros a partir do 4, 5... dou-me mal com eles, embora o 7 seja o meu número da sorte". ("Única"/"Expresso", 24.07.10)

(2010)

24 July 2010

JOHNNY FLYNN - "KENTUCKY PILL"



(2010)
TUDO É BOM E BELO, TUDO ESTÁ CERTO...



... quando, como hoje acontece, a grunha tradição marialva se precipita, lubricamente, sobre o túrgido artesanato das Caldas.

(2010)

19 July 2010

VINTAGE (IV)

The Pretty Things


"LSD"

"Raining in my Heart"

(2010)
O DINÂMICO MUNDO DA BANCA TEM SEMPRE
MAIS UM PITÉUZINHO À NOSSA ESPERA...




Após a descoberta dos bué modernos cartões da CGD e dos "feelings" do BES, conheçam, agora, o "PAC ERASMUS", do Santander Totta. Num folheto distribuído nas universidades, por entre um enxame de "implementar", "implementados" e "implementações", um bombonzinho linguístico, espera-nos: "Adere ao novo Pac Erasmus e bonne voyage!". Um Erasmus com destino a França, já, saxafor, para o/a redactor/a da coisa, a ver se ele/a aprende que é "bon voyage".

(2010)
ESPELHOS QUEBRADOS



Pop Dell’Arte - Contra Mundum




Abztraqt Sir Q - Extimolotion




Zelig - Joyce Alive!

Em 1983, Woody Allen criou a personagem Leonard Zelig, singular "camaleão humano" das décadas de 20 e 30 do século passado, capaz de, em virtude de uma incomum disfunção psíquica, involuntária e dolorosamente, mimetizar os traços de personalidade e os maneirismos sociais daqueles com que convivia. Começava a sua trajectória como freak circense e acabava na qualidade de herói de guerra mas – é da própria natureza das melhores histórias – não se ficaria pelas salas de cinema a sua peculiar condição. Exactamente da mesma forma que, dois anos depois, em outro filme de Allen, A Rosa Púrpura do Cairo, Jeff Daniels saltava do ecrã para o mundo real, o "síndroma de Zelig" - uma raríssima forma de perturbação cerebral – seria identificado, em 2007, por uma equipa de cientistas italianos dirigida por Giovannina Conchiglia. Não desistam de ler já: no quinto episódio da quarta temporada da série Dr. House (“Mirror, Mirror”), a um doente era diagnosticado o "síndroma de Giovannina", versão retorcidamente televisiva do Zelig original. E, por estes dias, há quem fale de um "síndroma de House", problema com que os médicos apenas humanos têm de lidar face à desconfiança dos doentes que não descobrem neles o poder dedutivo, sherlockianamente sobre-humano, do intratável figurão representado por Hugh Laurie. O qual (House, não Laurie), dizem as más línguas, sofrerá do "síndroma de Asperger". A arte imita a vida que imita a arte que imita a vida que imita a arte que imita a vida...



Para o que, agora, realmente, interessa, por diversos motivos, Zelig dá imenso jeito. Em primeiro lugar, porque uma das bandas portuguesas de que, aqui, se falará responde pelo nome de Zelig. E não inocentemente: são eles mesmos quem confessa que “a nossa música tem uma influência muito forte de muitos géneros diferentes. É uma música que se transfigura muito e passa por muitas mutações” e reivindicam Zelig-personagem como “metáfora da influência que as coisas exercem umas sobre as outras”. Depois, porque, tanto no caso deles como no dos Pop Dell’Arte e dos Abztraqt Sir Q, coexistem, em simultâneo, o impulso para a permanente transformação e a recusa de se deixarem indistinguir da atmosfera musical circundante. Por outras palavras, todos são Zeligs para si mesmos mas sobressaem, violentamente, no cenário, quais bizarras e inclassificáveis criaturas. Porque cometeram a proeza de reinventar a roda da gramática musical? Não, apenas porque, nesse toca-e-foge de mimetismo/antimimetismo, optaram pelo jogo de reflexos sobre espelhos quebrados e, sabiamente, recompuseram os estilhaços segundo as regras de uma (des)ordem muito pessoal e privada.



Prioridade, então, aos veteranos. Mas pela única razão de que, na circunstância, os Pop dell’Arte funcionam, de modo ideal, como precursores e elo de ligação – estético e ético – em relação aos outros dois grupos. Quixote romântico da segunda vaga do pop/rock luso, editor, com a independente Ama Romanta, de múltiplos embriões de muito e nada (Mler Ife Dada, Sei Miguel, Croix Sainte, Nuno Canavarro, Tó Zé Ferreira, Pascal Comelade, Mão Morta...), ao leme do "bateau-ivre" Pop Dell’Arte, João Peste inventou o equivalente musical de um jornal que somente é publicado quando tem, de facto, notícias relevantes para dar – de 1986 até hoje, pelo meio de singles, EP dispersos e compilações, apenas três álbuns: a memorável estreia de 1987, Free Pop (isso mesmo que o título insinua: a atitude libertária do free-jazz transposta, via Duchamp, Warhol e descendência para o universo-pop) e os quase nada menores Ready Made (1993) e Sex Symbol (1995). Pelo que, quinze anos depois, Contra Mundum seria sempre motivo de celebração. Acresce, entretanto, que não se trata, exclusivamente, de saudar o regresso do Pierrot Lunaire trágico da pop nacional: centrados no núcleo resistente Peste/José Pedro Moura, os Pop Dell’Arte que, de novo, escutamos reiniciam a jornada interrompida e voltam ao laboratório subterrâneo onde dão vida aos psicadelismos fadistas, às fanfarras eléctricas, aos arraiais weillianos e à poeticamente perversa candura de palavras e melodias estropiadas em bailado demente de que só eles conhecem o segredo.



É fácil relacionar os Pop Dell’Arte com os muitíssimo mais novos Abztraqt Sir Q. Desde logo, porque algum motivo terá havido para que João Peste (não propriamente uma guest star de serviço) tenha aparecido como convidado do seu óptimo álbum de estreia, Qorn Pop Garden, publicado no final de 2008. A afinidade que, então, já se pressentia – a costela teatral e operaticamente excessiva, os malabarismos linguísticos poliglotas, a veia experimentalista domesticada pelo vício pop – confirma-se integralmente mas, desta vez, em Extimolotion, aprofundando a morfologia ossuda das canções, o perfil esquinado das melodias e o solavanco rítmico como forma superior do riff, numa espécie de depuração última do pós-punk, filtrado através de trinta anos de história, alguma erudição e um prazer evidente em construir diagramas sonoros a três dimensões e bastante mais variantes cromáticas.



Os Zelig, enfim, são o improbabilíssimo lugar geométrico onde gente oriunda dos Ornatos Violeta, Pluto, Drumming, Dep, Electric Buttocks, Tchakare Kanyembe, Foge Foge Bandido e tropelias punk hardcore paralelas tropeça em Sun Ra, nos Naked City, em John Barry e Frank Zappa e, armada de marimbas, vibrafones, contrabaixo, flauta, teclados, percussões, serrote, guitarra e uma devastadora secção de sopros de faca nos dentes, capaz de passar a ferro uma seara, vai-se estatelar gloriosamente muito próximo da terra de ninguém onde, num hipotético momento de repouso, a Flat Earth Society de Peter Vermeersh e seus pacientes de Tourette associados recupera o fôlego, após mil refregas sonoras. António Serginho, Eduardo Silva, José Marrucho, Nico Tricot e Pedro Cardoso – muito conservatório, muito currículo de jazz, rock e ruídeira marginal afim – estão prontos para, caso seja necessário, operar como reserva estratégica da brigada de combate flamenga: as coordenadas do terreno conhecem-nas de cor e não têm a alma menos engarrafada de sonhos de Morricone em pagodes chineses, de surf bands flutuando em jangadas de juncos no Sahara, de James Bond correndo por entre semifusas numa animação musicada por Carl Stalling ou de cenas tórridas de Rita Hayworth nos braços de um mullah de Andrómeda. Não duvidem por um só segundo: com um máximo de prontidão, esse será sempre o mínimo que deles poderemos esperar.

(2010)

17 July 2010

GOD WORKS IN MYSTERIOUS WAYS


Mercado de escravos canadianos

"In her radio show, Dr Laura Schlesinger said that, as an observant Orthodox Jew, homosexuality is an abomination according to Leviticus 18:22, and cannot be condoned under any circumstance. The following response is an open letter to Dr. Laura, penned by a US resident, which was posted on the Internet. It's funny, as well as informative:

Dear Dr. Laura:

Thank you for doing so much to educate people regarding God's Law. I have learned a great deal from your show, and try to share that knowledge with as many people as I can. When someone tries to defend the homosexual lifestyle, for example, I simply remind them that Leviticus 18:22 clearly states it to be an abomination ... End of debate.

I do need some advice from you, however, regarding some other elements of God's Laws and how to follow them.

1. Leviticus 25:44 states that I may possess slaves, both male and female, provided they are purchased from neighboring nations. A friend of mine claims that this applies to Mexicans, but not Canadians. Can you clarify? Why can't I own Canadians?

2. I would like to sell my daughter into slavery, as sanctioned in Exodus 21:7. In this day and age, what do you think would be a fair price for her?

3. I know that I am allowed no contact with a woman while she is in her period of Menstrual uncleanliness - Lev.15: 19-24. The problem is how do I tell? I have tried asking, but most women take offense.

4. When I burn a bull on the altar as a sacrifice, I know it creates a pleasing odor for the Lord - Lev.1:9. The problem is my neighbors. They claim the odor is not pleasing to them. Should I smite them?



5. I have a neighbor who insists on working on the Sabbath. Exodus 35:2 clearly states he should be put to death. Am I morally obligated to kill him myself, or should I ask the police to do it?

6. A friend of mine feels that even though eating shellfish is an abomination, Lev. 11:10, it is a lesser abomination than homosexuality. I don't agree. Can you settle this? Are there 'degrees' of abomination?

7. Lev. 21:20 states that I may not approach the altar of God if I have a defect in my sight. I have to admit that I wear reading glasses. Does my vision have to be 20/20, or is there some wiggle-room here?

8. Most of my male friends get their hair trimmed, including the hair around their temples, even though this is expressly forbidden by Lev. 19:27. How should they die?

9. I know from Lev. 11:6-8 that touching the skin of a dead pig makes me unclean, but may I still play football if I wear gloves?

10. My uncle has a farm. He violates Lev.19:19 by planting two different crops in the same field, as does his wife by wearing garments made of two different kinds of thread (cotton/polyester blend). He also tends to curse and blaspheme a lot. Is it really necessary that we go to all the trouble of getting the whole town together to stone them? Lev.24:10-16. Couldn't we just burn them to death at a private family affair, like we do with people who sleep with their in-laws? (Lev. 20:14)

I know you have studied these things extensively and thus enjoy considerable expertise in such matters, so I'm confident you can help.

Thank you again for reminding us that God's word is eternal and unchanging.

Your adoring fan,

James M. Kauffman, Ed.D. Professor Emeritus, Dept. Of Curriculum, Instruction, and Special Education University of Virginia

(It would be a damn shame if we couldn't own a Canadian)" (aqui)

(2010)
JULIE DRISCOLL


(com Rod Stewart, Long John Baldry
e Brian Auger, nos Steampacket, 1964)







(2010)

16 July 2010

COMO PODE HAVER AINDA POR AÍ QUEM DIGA QUE AS "NOVAS OPORTUNIDADES" NÃO SÃO GARANTIA DE EMPREGO?!!!...

Honra e glória a Tó Zé Morais!

O melhor exemplo conhecemo-lo bem: a licenciatura-"Novas Oportunidades" de José Sócrates. Chegou, com universalmente reconhecido brilhantismo, onde muitos doutorados pela Ivy League nunca sonharam. O mais recente, porém, deveria convencer, de vez, os detractores dessa tão benemérita iniciativa para com os academicamente destituídos: António José Morais - curiosamente, o professor de quatro das cinco cadeiras da licenciatura-"NO", em Engenharia ("so to speak"), do mais ilustre cidadão de Vilar de Maçada -, recém-nomeado definitivamente como professor associado dos quadros do Estado da Faculdade de Arquitectura de Lisboa.

Há três anos, o seu percurso académico (analisado por um júri ainda não tocado pelo efeito milagreiro-"NO") havia sido bárbara e cruelmente chumbado: "Competência pedagógica fortemente duvidosa", "De uma banalidade confrangedora", "Sem qualquer valor científico", "Apresenta uma actividade de docente e investigador muito pobre, não se percebendo mesmo como pode atingir o lugar de professor associado", "Em 22 anos como professor universitário, foi o pior relatório que tive oportunidade de apreciar sobre nomeações definitivas", "Em termos científicos, o Dr. António Morais não existe no meio técnico nacional. É incompreensível e preocupante que tenha atingido o lugar de professor associado, apresentando uma actividade científica que envergonharia qualquer bolseiro júnior de investigação", "Desenvolveu um conjunto de actividades cujo volume, intensidade e diversidade são incompatíveis, por insuficiência, com a condição de docente universitário", foram algumas das violentas injúrias - como pode ter sido possível afirmar tal acerca do "licenciador" do Primeiro-Ministro?!!!... - com que o seu prestígio académico foi estropiado.

Agora, contudo, numa "novíssima oportunidade", a justiça foi reposta. Desde a semana passada, Morais poderá, com todas as honras que merece, continuar a transmitir a sua inesgotável sabedoria a gerações sucessivas de novos arquitectos. (segundo notícia do "Sol" de hoje)

(2010)

15 July 2010

O ESTADO DA NAÇÃO (II)
(do ponto de vista do Chefe Máximo)



Strawberry Fields Forever (Beatles)

Let me take you down, 'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real and nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever
.

Living is easy with eyes closed, misunderstanding all you see.
It's getting hard to be someone but it all works out, it doesn't matter much to me
.

Let me take you down, 'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real and nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.

No one I think is in my tree, I mean it must be high or low.
That is you can't you know tune in but it's all right, that is I think it's not too bad.

Let me take you down, 'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real and nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.

Always, no sometimes, think it's me, but you know I know and it's a dream.
I think I know I mean a 'Yes' but it's all wrong, that is I think I disagree
.

Let me take you down, 'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real and nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.
Strawberry Fields forever.

(2010)
O ESTADO DA NAÇÃO (I)



Girlfriend In A Coma (The Smiths)

Girlfriend in a coma, I know, I know, it's serious
Girlfriend in a coma, I know, I know, it's really serious

There were times when I could have murdered her
But you know, I would hate anything to happen to her
No, I don't want to see her

Do you really think she'll pull through?
Do you really think she'll pull through?
Do...

Girlfriend in a coma, I know, I know, it's serious
My, my, my, my, my, my baby, goodbye

There were times when I could have strangled her
But you know, I would hate anything to happen to her
Would you please let me see her

Do you really think she'll pull through?
Do you really think she'll pull through?
Do...

Let me whisper my last goodbyes
I know, it's serious

(2010)
RECORDAR É VIVER (VI)






A propósito da notícia de que, segundo dados do IEFP, o desemprego abrandou em Junho, vem a propósito recordar a manada de boys que pasta no IEFP e o seu abnegado boyeiro.

(2010)

14 July 2010

NOMEIE-SE IMEDIATAMENTE ESTE
HOMEM MINISTRO DAS FINANÇAS!




Continhas certas ao cêntimo: os cobradores do Macedo sacam-lhe 100 000, ele faz o que é preciso para que a conta dê resto zero.


Eleutério Cortes para a pasta das Finanças, já!

(2010)
FRANÇAIS, ENCORE UN EFFORT SI VOUS VOULEZ ÊTRE CONS



França proíbe véu islâmico

"A autodeterminação da mulher (ou de qualquer individuo adulto) é, como o nome indica, decisão do próprio. Não é uma obrigação legal. Muito menos quando se trata do que cada um faz com o seu próprio corpo. Esta decisão da França é o recuo (e não avanço) civilizacional. Ela é atentatória da liberdade individual. Que inclui, a liberdade de ser conservador e fazer coisas que nos incomodam. Que a mim me incomodam.

Dirão: mas não é a mulher que escolhe usar o niqab. Quem dera que em todas as decisões fosse tão claro o que é escolha e o que é condicionamento cultural. Porque não proibir o uso do cilício por indivíduos de algumas seitas católicas? E a abstinência sexual dos sacerdotes? E a prostituição (legal, e bem, na maioria dos países)? Ou para ficar mais perto do que está em causa, o uso de véu pelas freiras? Sendo voluntário, não é tudo isto induzido culturalmente ou fruto mais de necessidade do que de escolha? Não pode alguém argumentar que cada uma destas coisas põe em causa a dignidade individual de quem as pratica?" (aqui)



"Se me indignam as mulheres tapadas em obediência a um deus ou a um amo? Claro que sim. Mas elas não se libertam dos deuses e dos amos por força da lei, libertam-se com educação, saúde, direitos, autonomia económica, com tudo o que lhes dê capacidade real de auto-determinação. Em última análise, se uma mulher quiser ocultar o corpo, seja lá pelo que for, o corpo é dela e tem esse direito. A premissa de que se parte, nisto da proibição, segundo a qual coitadinhas, são ignorantes e oprimidas e precisam que o Estado tome conta da sua roupa, é paternalista e profundamente machista. Há mulheres que andam veladas porque querem, porque gostam e, como ouvi outro dia uma explicar, porque lhes parece que antes a sua roupa que a nossa ditadura do tamanho 36, que faz as europeias passarem a vida a rejeitar o corpo que têm". (aqui)

(2010)

13 July 2010

ISTO SÓ PODE SER UM RECADO PARA
O CAVACO DEMONSTRANDO QUE ESTÁ
ASSEGURADO O REGULAR FUNCIONAMENTO
DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS




Autoridade Marítima apreende 500 bolas de Berlim no Algarve

(2010)
DOS MÁRTIRES CAÍDOS



Roky Erickson & Okkervil River - True Love Cast Out All Evil

É um pouco da própria natureza da pop a veneração romântica e quase cega pelos mártires caídos na grande guerra das drogas e do desequilíbrio mental. Quaisquer que fossem os seus respectivos méritos, todo o hipotético retorno dos abismos de Syd Barrett, Daniel Johnston, Brian Wilson ou Roky Erickson seria, invariavelmente, saudado como algo semelhante ao que a segunda vinda de Cristo representa para os cristãos. Barrett teve a sorte de nos deixar apenas aquilo que gravou e nada mais, Johnston encarnou a equivocada figura de uma espécie de idiota divino para a sua corte de seguidores e Wilson, no melhor dos seus atribulados "come-backs" (a exumação de Smile), beneficiou do devotado labor de reconstituição "histórica" de Darian Sahanaja, dos Wondermints, e do fidelíssimo Van Dyke Parks. Roky Erickson, o lendário demente, fundador dos 13th Floor Elevators, pioneiros do primeiro psicadelismo americano, estava, evidentemente, na fila de espera, para o túnel da redenção.



E, após anos de internamento em hospitais psiquiátricos e cadeias, massacrado por terapias de electrochoques, conduzido a autoidentificar-se (com registo notarial e tudo) como "alien" abandonado na Terra, e encerrado num universo interior de que apenas conseguia libertar-se colocando em volume máximo diversos televisores em simultâneo para calar "as vozes" que lhe uivavam dentro da cabeça, coube a Will Sheff, dos Okkervil River, trazê-lo de volta ao mundo. Retrabalhando doze canções (de um total de sessenta) compostas por Erickson nos últimos quarenta anos, procura desenhar uma quase sua biografia, incluindo gravações artesanais dos tempos de encarceramento e diversificando estilisticamente – do "garage" incendiário, ao country-rock, ao classicismo byrdsiano – o "songbook" de Erickson. A interrogação que fica, porém, é: trata-se, de facto, de um álbum de Roky Erickson, ou de um outro, de Will Sheff, sobre o reportório de Erickson, a que este apenas emprestou a voz?

(2010)
E PARECE QUE O MUNDO CONTINUA
A MUDAR TODOS OS QUINZE DIAS




Ministra da Cultura reage aos protestos e anuncia que já não haverá cortes este ano

Ainda bem. Não foi necessária nenhuma manif-a-maior-desde-sempre-da-CGTP. Uma ou duas reuniões, uma Plataforma das Artes e o que era um imperativo de "solidariedade nacional" no sacrifício colectivo perante a cratera do(s) défice(s) evaporou-se. Afinal, parece que isto até nem está assim tão mal.

Cabe, agora, a todos os outros sectores profissionais seguir o bom exemplo: educadamente, reunem, apresentam uns caderninhos reivindicativos, plataformizam, argumentam "mazóseacanavilhaspode..." e a coisa resolve-se.

Senão, há sempre os velhos programas alternativos.

(2010)
THE WEATHER UNDERGROUND
 ("You don’t need a weatherman to know which way the wind blows")
 

12 July 2010

MC5 - "KICK OUT THE JAMS"



"According to Kramer, the MC5 of this period was politically influenced by the Marxism/Maoism of the Black Panther Party and Fred Hampton. Black Panther Party founder Huey P. Newton prompted John Sinclair to found the White Panthers, a militant leftist organization of white people working to assist the Black Panthers. Shortly after, Sinclair was arrested for possession of illegal narcotics.

Under the 'guidance' of John Sinclair (who dubbed his enterprise 'Trans-Love Energies' and refused to be categorized as a traditional manager), the MC5 were soon involved in left-wing politics: Sinclair was active with the White Panther Party and Fifth Estate"
. (aqui)

(2010)
A PROPÓSITO DE PROGRAMAS ALTERNATIVOS
E TAMBÉM DE CANDIDATURAS PRESIDENCIAIS



Pigasus the Immortal

“The nomination of the boar hog Pigasus for President of the United States by the Yippies had been the most transcendentally lucid political act of the twentieth century...” (Robert Anton Wilson, The Illuminatus! Trilogy)

At the Democratic National Convention in Chicago in 1968, the Yippies (Youth International Party) nominated a pig for president, with the campaign pledge: “They nominate a president and he eats the people. We nominate a president and the people eat him”. This porcine political maneuver was the brainchild of sixties activists Abbie Hoffman and Jerry Rubin. (aqui)

(2010)

11 July 2010

RESPONDENDO AO APELO DE CAVACO PARA QUE O
PORTO SE TRANSFORME NUM "POLO AGLUTINADOR
DE NOVAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS"
, A VIBRANTE
SOCIEDADE CIVIL NORTENHA NÃO TARDOU A DAR A
RESPOSTA: "FESTIVAL ERÓTICO-MEDIEVAL DE GAIA"!...




"Funde os conceitos de um salão erótico e de uma feira medieval, porque 'na época medieval existia uma forte componente erótica'"; "Também com um cantinho de gastronomia, porque nas feiras medievais também se petiscava";

"Uma tentativa de apimentar as relações amorosas dos portugueses"; "Vai haver shows que envolvem cavalos e os figurantes"; "Luís Almeida, da organização do festival (...), explicou que não existe uma ideia concreta sobre se havia ou não erotismo na Idade Média, mas lembrou que nessa altura 'havia as aias que ajudavam as senhoras da nobreza a vestir os grandes corpetes para evidenciar os peitos'";

"Para todos os que lá se desloquem estão reservadas acrobacias vaginais – em que a actriz porno espanhola Sónia Baby é estrela (...) Promete retirar da sua vagina 150 metros de bandeiras"; "Um dos momentos do certame, será a encenação de um castigo a uma mulher adúltera. 'Não podemos ter contemplações para com essas mulheres. Nisso tenho de ser um pouco despótico', disse o rei".

(2010)
A BEM DA ILUSTRAÇÃO DAS MASSAS, PARA RECORDAR QUE JÁ EXISTIRAM OUTROS PROGRAMAS DE COMBATE ÀS CRISES
(por via felina)

(clicar para ampliar - ver também aqui)

(2010)
ANO DO TIGRE (XII)



(2010)
E PRONTO, PROMETO QUE, NOS PRÓXIMOS TEMPOS,
NÃO VOLTO A INSISTIR, MAS ESTE TINHA DE SER




Dá-me lume

(2010)
DROPKICK MURPHYS - "WILD ROVER"
"Imaginem dois homens sentados lado a lado num bar em Boston. Passado algum tempo, um deles olha para o outro e diz: - Depois de o ouvir, estou convencido de que é irlandês. - Pois sou - responde o outro tipo orgulhosamente. - Eu também! E de que lugar da Irlanda veio? - Sou de Dublin, ora pois - responde o outro tipo. - Não me diga! Eu também! E em que rua vivia em Dublin? - Vivia numa zona pequena e encantadora - responde o outro - Na rua McLeary, na parte velha da cidade. - Que grande coincidência - replica o primeiro -, eu também. E em que escola andou? - St. Mary's - responde o segundo. O primeiro tipo fica verdadeiramente entusiasmado e diz: - Também eu. Diga-me, em que ano terminou o liceu? E o outro responde: - Bem, terminei o liceu em 1964. - O Bom Deus deve estar a sorrir-nos lá do alto! - exclama o primeiro - Mal posso acreditar na nossa sorte de virmos parar ao mesmo bar esta noite. Acredita que eu também terminei o secundário em St. Mary's em 1964? Nesse momento, entra outro homem no bar, senta-se e pede uma bebida. O empregado aproxima-se a abanar a cabeça e diz: - Vai ser uma noite longa, os gémeos Murphy estão outra vez bêbedos". (Heidegger e um Hipopótamo Chegam às Portas do Paraíso, Thomas Cathcart & Daniel Klein) (2010)
STREET ART, GRAFFITI & ETC (XLVI)

Lisboa, Portugal, 2010















(2010)

10 July 2010

MARINA ABRAMOVIĆ BY LAURIE ANDERSON (II)


Balkan Erotic Epic - Marina Abramović (2005)

LA - One of my favorite baffling quotes comes from Lenin: “Ethics is the aesthetics of the future”. I guess it means that sometime in the future we’ll all be good to each other and communicate so clearly that we won’t need those things that we put in the beauty category. They’ll just be fetishes, relics. In my paper I talked about how belief and beauty rub up against each other to make something, and how uneasily they rest together. I used the Parthenon as an example. When the Parthenon was a place of worship, everybody brought their beautiful statues to dedicate to the gods, their kouri, to celebrate their victories, their dedications and their prayers. They propped them up all around the Parthenon, which quickly came to look like a museum, there was so much stuff there. So they all went back to the caves and the woods and the rivers where they could find the gods, because they couldn’t find them in the Parthenon anymore.


Tesla Coil - Marina Abramović
 
MA - You know, there was a very interesting breakfast in the ‘70s, which a friend of mine, Lutz Becker, invited me to. This old man was sitting there, and I didn’t realize for half of the breakfast that he was Albert Speer, Hitler’s architect. He was just out of prison and he was helping with the maquettes for a movie about Hitler that Lutz was making, called Double Headed Eagle.

LA - Lots of symmetry in that, by the way.

MA - And I asked Speer a question: “Why did you use concrete for all those buildings?” I’ll never forget his answer. He said, “When they get destroyed, they still look good”. The concrete collapse looks better than bricks: there is more momentum; they fall into big pieces. That an architect, who builds his stuff for forever, was thinking of destruction as part of the process! The other funny thing about worshipping — I was in Thailand, in one of their fantastic old temples where you can go outside and buy a little piece of gold leaf to put on a sculpture. I was looking through this huge place, and in a dusty corner was a big fuse box with all the electrical wires, which somebody had covered in gold leaf. I loved the idea of worshipping electricity as a mystery. And why not?

(aqui)

(2010)
O MARAVILHOSO MUNDO DA BLOGOCOISA (V)



Há minutos, alguém acedeu a este blog através da query "horas de trabalho do babylon night club in vienna".

(2010)
HOMELAND - MAKING OF



(2010)

09 July 2010

NÃO TEM NADA QUE SABER: CONSIDERE-SE FUNDADO, 
A PARTIR DE HOJE, O CLUBE DE FÃS DA MORGADA!



(para que, redundância e tudo, conste: quando não diz tolices, o Henrique Raposo não diz tolices)

(2010)
O CORAÇÃO DAS TREVAS



Laurie Anderson - Homeland

United States I-IV, 1984. Home Of The Brave, 1986. Homeland, 2010. Pelo meio, há só mais oito albums (vários ao vivo). Mas todos eles, de uma forma ou de outra, não fogem demasiado à regra programática instituída nos títulos do tríptico acima referido: Laurie Anderson escreve, fala, canta e compõe acerca da América, encena a América enquanto seu lugar de origem e gigantesca metáfora do mundo contemporâneo. Como ela própria esclarece, podem ocorrer oscilações de intensidade: “Sempre que aconteceu uma viragem à direita, tive tendência para escrever coisas mais políticas; quando viramos à esquerda, a poesia regressa; este está na fronteira, combina um pouco de ambas as coisas”.



Mas, ainda que em equilíbrio instável – a mesma Life On A String de que falava em 2001 –, desde a justificação para o título (“Ninguém usa a palavra ‘homeland’. Parece uma má tradução de um pequeno país balcânico. O Department of Homeland Security colocou uma palavra excessivamente sentimentalizada ensanduichada entre duas outras verdadeiramente burocráticas. No fundo, não se trata da ‘homeland’ nem de segurança, mas de um certo tipo de controlo governamental”), não sobram muitas dúvidas de que a privadíssima combinação de "spoken word", electronica, "stand-up comedy" e poesia de que Laurie registou a patente, aqui, tem um centro de gravidade não exclusiva mas acentuadamente político. E escutá-la (na companhia de John Zorn, Lou Reed, Kieran Hebden/Four Tet ou de músicos siberianos), na primeira pessoa ou sob o disfarce de Fenway Bergamot, dissecando o coração das trevas (“You thought there were things that had disappeared forever, things from the Middle Ages, beheadings and hangings and people in cages, and suddenly they’re alright, welcome to the American night”) é um privilégio demasiado raro para ser desperdiçado.

(2010)