12 November 2014


"Afonso sai do banho, 'ainda molhado de água' (o detalhe do 'molhado de água' é importante), e avança de novo, mas alguém a bater à porta, possivelmente um ferroviário da CP, 'obrigou-o a travar o comboio em marcha'. Era, afinal, a empregada a trazer o jantar, cassoulet de cordeiro que o capitão ingere sofregamente, como um porco, entre 'grunhidos de apreciação'. No final, enfartado, arrotou (p. 403). E, mal arrotou, pousou o tabuleiro no chão e atirou-se à baronesa, arrancando-lhe o vestido de mousseline e penetrando-a 'sem demora'. Madame Agnès encontrava-se 'ainda mal lubrificada', mas isso pouco importa àquela real besta lusitana, que se põe 'logo a urrar', após o que, recolhida ao estábulo, adormece e ronca, dormindo 'como uma pedra'. Só acordaria a meio da tarde, aviando de imediato um canard à l’orange servido com arroz. Querendo mais festa, ela acalma-lhe os ânimos, mas de forma elegante: 'Oh, lá estás tu na brincadeira, não se pode falar a sério contigo'. Mas, senhora baronesa, quem é que entra num livro do Rodrigues dos Santos para falar a sério?" (aqui; sequência daqui)

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