23 January 2016

"O que resta da política, tal como ela se apresenta nas suas manifestações mediáticas, é uma coisa sem nome para indivíduos tratados como intelectualmente retardados ou como crianças. O regime de infantilização do eleitor tornou-se uma regra, um jogo a que todos se vão acomodando. Ele é cúmplice de um discurso hegemónico a que se chama 'comentário político' e cujo modelo tanto é a palestra didáctica do mestre-escola sobre as margens anedóticas da política, como um divertimento à volta das manobras tácticas do jogo político. Há em todo este fenómeno — que ora é popular, ora é infantilizante, ora é carnavalesco — um autoritarismo doce e invasivo. Esta subcultura já forneceu matéria para um debate sobre os fascismos sem fascismo, sobre novas formas de fascismo que não são incompatíveis com as democracias liberais do nosso tempo" (AG)

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