04 November 2017

"Já não posso com tantos afectos, tanto desejo de estar em cima das pessoas, tanta vontade de envolver tudo e todos numa sopa de pathos, como se fosse o pathos o que mais falta à vida pública portuguesa. Bem pelo contrário, o que falta é um quantum de racionalidade, nem sequer um quantum, que já por si só seria revolucionário, mas uma gigantesca dose de razão, de argumentos, de raciocínios, em vez de tornar a vida pública num festival de beijos e abraços, e de muita lamechice em relação à dor alheia. O problema é que quase se pode fazer uma correlação: quanto mais lamechice, menos reformas e menos mudanças. E de mudanças e reformas é que a nossa vida pública mais precisa" (JPP)

3 comments:

Anonymous said...

"E de mudanças e reformas é que a nossa vida pública mais precisa" diz o caramelo laranja.
Mas que mudanças e reformas serão essas?
Quando eles falam dessa "necessidade", não existem mudanças e reformas nenhumas.
Sopa do mesmo caldo retirado do mesmo tacho.

Ricardo A. P. Reis said...

«Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde.»
Já nos dizia o JMB no FMI.
O pathos é muito lindinho para nos anestesiar, para nos embalar à hora da sopa.
Eu pensava que este ia ficar na história como o presidente Marselfie, mas afinal vai ser o Marselfie Placebo de Sousa, tamanho é o engodo com que nos (?) entretém.
E termino com outra citação, agora do Manel Cruz pela voz do Espadinha: «O amor (os afectos?) é uma doença quando nele queremos ver a nossa cura».

João Lisboa said...

Marselfie Placebo de Sousa é muito bom.