02 January 2015

MÚSICA 2014 - INTERNACIONAL (IV)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 25)






























* a ordem é razoavelmente arbitrária...

Em ainda outro ano de maioria feminina – e não chocaria se Natalie Merchant ou a regressada Suzanne Vega tivessem integrado a lista de dez... mas o mesmo poderia dizer-se de Bonnie ‘Prince’ Billy ou Micah P Hinson, para ficarmos apenas por estes e não aproveitarmos o pretexto alinhando, à socapa, uma lista alternativa –, verdadeiramente difícil é, entre FKA twigs e St. Vincent, decidir qual das duas mais contrariou a rotina quase hegemónica do copy + paste e se empenhou em enxergar os contornos de uma música (e das imagens que alimentam e se alimentam dessa música) indiscutivelmente contemporânea. And beyond... Se isso, realmente, importa, diga-se, então, que o ínfimo piparote que terá empurrado LP1 para cima decorre, justamente, da videografia de twigs: há muito tempo que não ficávamos tão arrepiantemente mudos perante uma articulação de imagens e sons que nos coloca perante o que ainda não tem nome.

4 comments:

Nuno Gonçalves said...

"e se empenhou em enxergar os contornos de uma música (...) indiscutivelmente contemporânea"

O tio da St Vincent, o músico Tuck Andress, tem uma tese bem interessante:
"It all got blown out at an earlier point—John Cage destroyed a piano and Jimi Hendrix burned the guitar onstage long before Annie was born. There's always someone playing faster, louder, more distorted. So you can't really go anywhere except into yourself. All that's left is to figure out who you are—because that's what's going be believable to somebody else."

http://pitchfork.com/features/articles/9331-st-vincent-reckless-precision/

João Lisboa said...

Muito bom. De outra maneira, é exactamente isso. Acho que não tinha lido esse texto. E cheira-me que, um dia destes, ainda vou acabar por citá-lo.

t. said...

Perdoe-me a lisonja de que certamente não carece, mas agradeço-lhe o facto de me continuar a formar apresentando rumos a que de outra forma não chegaria (acredite que muito escarafuncho mas, a título de exemplo e para não ir mais longe, os Delines e a Sabina só mesmo por aqui...). Não será relevante, mas todos os anos há um ou outro nome de que sinto falta - o ano passado foi um disco do Blixa Bargeld com o Teho Teardo; no corrente, a Angel Olsen e o Rodrigo Amarante. Bem Haja!

João Lisboa said...

You win some, you lose some...

:-)